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O amor é nobre

“Grande coisa é o amor! Por certo que é um bem admirável. Ele sozinho faz leve tudo o que é pesado, e suporta com ânimo sereno todas as inconstâncias da fortuna.

Pois leva a carga sem sentir-lhe o peso, e faz doce e saboroso o que há mais amargo.

O amor de Jesus é generoso; faz-nos empreender grandes ações e sempre nos excita ao que é mais perfeito.
O amor quer está sempre elevado e não ser detido em coisas baixas.

Quer viver livre e isento das afeições mundanas, para que suas aspirações se elevem até a Deus sem obstáculo, e não seja retardado pelos bens terrenos nem abatidos pelos males do mundo.

Não há no céu nem na terra coisa mais doce, mais forte, mais sublime, mais ampla, mais deliciosa, mais completa nem melhor que o amor. O amor nasceu de Deus e não pode descansar senão em Deus, elevando-se acima de todas as criaturas.

Quem ama, corre, voa; vive alegre, é livre e nada o embaraça.

Dá tudo a todos; e possui tudo em todas as coisas, porque sobre todas descansa no único e Sumo Bem, do qual manam e procedem todos os bens” (Imitação de Cristo - Livro III Cap V).

Peçamos a Jesus, que neste dia, possamos aprender com Ele a amar incondicionalmente.

Jesus, eu confio em Vós!


 

 

 

 

 

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Pecado é ser infiel a um trato de amor

12/10/2010 00:23
 
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Pecado é ser infiel a um trato de amor

Há muita consciência relaxada praticando horrores

A Palavra de Deus é luz para o nosso caminho quando apresenta figuras ricas de detalhes, cuja personalidade nos dá a possibilidade de penetrar no mais profundo de nós mesmos, reconhecendo os horizontes que se abrem, mesmo a partir dos eventuais limites que nos caracterizam. Uma delas é o rei Davi, num misto de jovem chamado na mais tenra idade a servir ao Senhor, ele foi guerreiro intrépido, amigo sincero, cantor das obras de Deus, dançarino ridicularizado por uma esposa, adúltero, penitente, governante capaz de unir tribos dispersas, até chegar ao idoso previdente. Nuances profundamente humanas, cujo pano de fundo era o amor eterno de Deus que dele cuidava. Muito parecido com os homens e mulheres de nossa magnífica e ao mesmo tempo complexa geração.

 

Nossos primeiros pais se viram nus nas primeiras páginas do livro do Gênesis (Gn 3,10), escondendo-se do Senhor, quem sabe prefigurando todas as pessoas que dele fogem com medo da luz. O Davi adúltero, instado pela palavra profética de Natan (II Sm 12,7-13), reconheceu seu crime – “Pequei contra o Senhor” – e deixou em herança o segredo da conversão, quando qualquer homem ou mulher podem ver queimadas suas misérias no fogo ardente de amor do coração de Deus.

 

Como Deus condena o pecado, mas quer salvar o pecador, a luz sempre entra pela porta do arrependimento sincero. Fecham-se, contudo, quando o orgulho bloqueia a gratuidade do amor de Deus. É que pecado não significa burlar uma lei externa, como se Deus fosse um guarda de trânsito a vigiar nossos passos. Também não entendeu o que é pecado quem apenas considera errado o que “dói” dentro de si. Há muita consciência relaxada praticando horrores por não sentir nada! Pecado é ser infiel a um trato de amor, aliança estabelecida entre Deus que nos criou por amor e nos busca como ovelhas perdidas, quase mendigando nossa resposta de amor, incrível gratuidade que Ele diz ao Davi arrependido: “Tu não morrerás”!

 

Os encontros das pessoas com Jesus foram reveladores dos meandros mais profundos da alma humana. Um dia (Lc 7,36-8,3) vem uma pecadora, irrompe em casa de certo Simão, cujos gestos de delicadeza e hospitalidade foram parcos, por não ter oferecido ao hóspede divino água, perfume e beijo. A mulher, quem sabe uma prostituta, prostra-se aos pés do Senhor – gesto da pessoa que descobriu seu caminho de libertação –, lava os pés de Jesus com as próprias lágrimas. Humilhando-se, solta os cabelos com os quais enxuga os pés de Jesus, derrama sobre eles um perfume raro e caro, sinal de alegria, abundância, amor e consagração, e os beija, na festa da acolhida encontrada. Nenhuma justificação e tanta gratidão! Ela pronuncia o 'amém' da fé no perdão de Jesus e em seu amor que se deixa amar. Personalidade misteriosa e rica!

 

A estrada da conversão foi percorrida por outras personalidades igualmente provocantes. Paulo, fulgurado pelo amor de Cristo (Gl 2,16-21), descobriu o amor do Senhor e, perseguidor implacável que era anteriormente, veio a se tornar imagem viva e transparente de seu Senhor: “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim”. Depois dele, muitos perseguidores já se transformaram em discípulos ardorosos!

 

A história de Davi, ou da pecadora do Evangelho, de Paulo ou de todos os homens e mulheres que empreenderam a santa viagem da conversão é muito parecida. A Palavra de Deus ressoa como farol luminoso, convidando-nos a percorrê-la! Deus não nos olha de fora, mas conhece as profundezas de nosso ser. Lá dentro, identifica a mais tênue réstia de luz, prodigalizando misericórdia a mancheia. E a todos os que acolhem sua bondade infinita transforma em apóstolos do perdão, para visitarem em seu nome corações e casas. Não há desculpas. De Davi a Paulo, passando por todos os pecadores e pecadoras, cada um de nós encontra seu lugar.

 

É relativamente fácil denunciar os erros das pessoas, sem apontar saídas possíveis! Difícil é olhar lá dentro do mistério de cada ser humano, descobrindo que nenhuma pessoa foi feita “no rascunho”, mas destinada à felicidade e à salvação. O olhar da misericórdia descobre caminhos e soluções. Que ninguém passe em vão ao nosso lado!

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Dom Alberto Taveira Correa
Arcebispo de Belém - PA

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA